sexta-feira, 29 de junho de 2012

Presença


Presença

Seu olhar é cor de aurora
Faz o meu, desmascarado, sorrir
É a luz que aclarou a escuridão do meu coração

Minh'alma, vazia outrora 
Se farta de alegria com sua voz cava 
A qual afigura-se ao canto dos querubins 

Sua presença é majestosa
Inigualavelmente sublime 
É a imagem do mais genuíno amor

Poema feito para tentar descrever a sensação de estar na presença de uma pessoa com Síndrome de Down

foto por Patricia Zaniqueli
foto por Patricia Zaniqueli 


foto por Patricia Zaniqueli
foto por Patricia Zaniqueli


foto por Patricia Zaniqueli
foto por Patricia Zaniqueli
foto por Patricia Zaniqueli
foto por Patricia Zaniqueli

Quando o mundo apenas te diz "não", o amor é o "sim" de que precisa. 


quinta-feira, 14 de junho de 2012

Busca...


Desde ontem estou em uma busca incansável por coisas antigas (sou uma nostálgica e acumuladora assumida) … 
Tudo começou ao acaso, quando encontrei um cd com fotos tiradas há pelo menos 6 anos, rever tais fotos trouxe um sentimento único, inexplicável, foi como se um pedacinho dos momentos retratados, voltassem a cada foto vista. Desde então comecei a revirar a casa, em uma procura quase que agoniante pelo passado, como se a cada novo achado viesse um pouquinho de mim, um pouquinho de um "eu" que perdi. 
Comecei na prateleira de cds e dvds, onde tenho vários backups de computadores que já nem tenho mais, encontrei fotos, músicas, textos… Então aquele, antes amargo, gosto de passado, tornou-se em um viciante e delicioso doce. Poder ver o que você fazia, ler o que você pensava e ouvir o que você escutava há anos atrás, é como um agradável encontro com você mesma. Não que eu tenha mudado horrores, as músicas e pensamentos são basicamente os mesmos, o exterior mudou muito (graças a Deus!!!), mas a essência não sofreu grandes mudanças, claro que com o passar dos anos muito se perdeu e muito foi acrescentado nessa essência, talvez por falta de tal "perda" fiquei tão alienada em busca de objetos e lembranças guardados, praticamente esquecidos. 
Passei das prateleiras para o porão, onde tinha algumas caixas lacradas e ignoradas, mudei há cerca de 1 ano e meio e desembalei o básico, o necessário, algumas coisas ficaram esquecidas, guardadas (principalmente as que já haviam sido guardadas desde a moradia anterior ), assim como a vida que ficou para trás. 
Mas hoje, violei o lacre do passado e deixei as lembranças voarem para fora daquelas caixas abandonadas. 
Cada achado era uma emoção diferente, alguns me fizeram rir, outros engasgaram minha garganta de saudade e outros pareciam inconformados pelo esquecimento. Encontrei uma caixinha de madeira, que eu mesma pintei há muitos anos, a mesma não queria abrir de maneira alguma, como se o passado quisesse ficar lá guardado, talvez por estar ressentido, por anos de abandono, por fim, conseguir abrí-la trouxe uma sensação maravilhosa, mesmo que nada (físico) de muito importante estivesse lá dentro.
O fato é que cada objeto trazia um pouco de um "eu" que venho buscando há tempos. 
Tinha tanta saudade de mim mesma que doía e esse "encontro" matou um pouco dessa saudade, é claro que como o passado, esse "eu" não volta nunca, mas é sempre bom relembrá-lo, não que eu me ache pior agora, para ser sincera nem melhor, só diferente e o diferente as vezes assusta. 
As vezes é bom relembrar quem você era e rever quem você é, para filtrar só lado bom dessas "duas pessoas" e tornar-se uma melhor. 

As vezes sinto tanta falta de mim, que fico buscando pelos quatro quantos casa e da alma.
“Você não é a mesma de antes. Você era muito mais ‘muitaz’. Você perdeu sua ‘muiteza’”
Alice no País das Maravilhas de Tim Burton

quarta-feira, 13 de junho de 2012

À Deus...



Breve a vida se despede
Ao lado do amanhã que não viveremos
E do hoje que esquecemos de viver
Insuficiente como o sorriso que dá lugar às lágrimas 
Dolorida como o nó que sufoca a garganta
Cruel como o carrasco que a leva…