sexta-feira, 29 de junho de 2012

Presença


Presença

Seu olhar é cor de aurora
Faz o meu, desmascarado, sorrir
É a luz que aclarou a escuridão do meu coração

Minh'alma, vazia outrora 
Se farta de alegria com sua voz cava 
A qual afigura-se ao canto dos querubins 

Sua presença é majestosa
Inigualavelmente sublime 
É a imagem do mais genuíno amor

Poema feito para tentar descrever a sensação de estar na presença de uma pessoa com Síndrome de Down

foto por Patricia Zaniqueli
foto por Patricia Zaniqueli 


foto por Patricia Zaniqueli
foto por Patricia Zaniqueli


foto por Patricia Zaniqueli
foto por Patricia Zaniqueli
foto por Patricia Zaniqueli
foto por Patricia Zaniqueli

Quando o mundo apenas te diz "não", o amor é o "sim" de que precisa. 


quinta-feira, 14 de junho de 2012

Busca...


Desde ontem estou em uma busca incansável por coisas antigas (sou uma nostálgica e acumuladora assumida) … 
Tudo começou ao acaso, quando encontrei um cd com fotos tiradas há pelo menos 6 anos, rever tais fotos trouxe um sentimento único, inexplicável, foi como se um pedacinho dos momentos retratados, voltassem a cada foto vista. Desde então comecei a revirar a casa, em uma procura quase que agoniante pelo passado, como se a cada novo achado viesse um pouquinho de mim, um pouquinho de um "eu" que perdi. 
Comecei na prateleira de cds e dvds, onde tenho vários backups de computadores que já nem tenho mais, encontrei fotos, músicas, textos… Então aquele, antes amargo, gosto de passado, tornou-se em um viciante e delicioso doce. Poder ver o que você fazia, ler o que você pensava e ouvir o que você escutava há anos atrás, é como um agradável encontro com você mesma. Não que eu tenha mudado horrores, as músicas e pensamentos são basicamente os mesmos, o exterior mudou muito (graças a Deus!!!), mas a essência não sofreu grandes mudanças, claro que com o passar dos anos muito se perdeu e muito foi acrescentado nessa essência, talvez por falta de tal "perda" fiquei tão alienada em busca de objetos e lembranças guardados, praticamente esquecidos. 
Passei das prateleiras para o porão, onde tinha algumas caixas lacradas e ignoradas, mudei há cerca de 1 ano e meio e desembalei o básico, o necessário, algumas coisas ficaram esquecidas, guardadas (principalmente as que já haviam sido guardadas desde a moradia anterior ), assim como a vida que ficou para trás. 
Mas hoje, violei o lacre do passado e deixei as lembranças voarem para fora daquelas caixas abandonadas. 
Cada achado era uma emoção diferente, alguns me fizeram rir, outros engasgaram minha garganta de saudade e outros pareciam inconformados pelo esquecimento. Encontrei uma caixinha de madeira, que eu mesma pintei há muitos anos, a mesma não queria abrir de maneira alguma, como se o passado quisesse ficar lá guardado, talvez por estar ressentido, por anos de abandono, por fim, conseguir abrí-la trouxe uma sensação maravilhosa, mesmo que nada (físico) de muito importante estivesse lá dentro.
O fato é que cada objeto trazia um pouco de um "eu" que venho buscando há tempos. 
Tinha tanta saudade de mim mesma que doía e esse "encontro" matou um pouco dessa saudade, é claro que como o passado, esse "eu" não volta nunca, mas é sempre bom relembrá-lo, não que eu me ache pior agora, para ser sincera nem melhor, só diferente e o diferente as vezes assusta. 
As vezes é bom relembrar quem você era e rever quem você é, para filtrar só lado bom dessas "duas pessoas" e tornar-se uma melhor. 

As vezes sinto tanta falta de mim, que fico buscando pelos quatro quantos casa e da alma.
“Você não é a mesma de antes. Você era muito mais ‘muitaz’. Você perdeu sua ‘muiteza’”
Alice no País das Maravilhas de Tim Burton

quarta-feira, 13 de junho de 2012

À Deus...



Breve a vida se despede
Ao lado do amanhã que não viveremos
E do hoje que esquecemos de viver
Insuficiente como o sorriso que dá lugar às lágrimas 
Dolorida como o nó que sufoca a garganta
Cruel como o carrasco que a leva… 


quarta-feira, 9 de maio de 2012

Especialmente Feliz


Sempre escutei a frase "chorar de felicidade" e nunca entendi o seu real significado, para mim era mais uma força de expressão do que qualquer outra coisa. 
Já chorei de saudade, de tristeza, de emoção… Já chorei até sem saber o motivo, mas de felicidade, felicidade mesmo, hoje foi a primeira vez. 
Hoje uma amiga muito querida completou seus sonhados 15 anos e quem ganhou o presente fui eu: fotografar esse momento tão lindo. 
A Tatá tem Síndrome de Down e comemorou suas 15 primaveras, junto com seu irmão gêmeo na escola dela.
Até então isso não é nada de muito extraordinário, porém a escola da Tatá não é uma escola comum, é voltada para o ensino de pessoas com comprometimento mental, ou como prefiro dizer, PESSOAS ESPECIAIS, pois acredito do fundo do meu coração que são muito mais especiais do que podemos imaginar. 

Desculpem-me se o texto ficar muito longo, porém são muitas coisas que tenho para dizer sobre essa experiência maravilhosa, uma das mais emocionantes da minha vida!

Primeiro eu gostaria de falar sobre a aniversariante, minha princesa Tainá. 
Nos conhecemos há 2 anos, no comecinho do Projeto 21, foi amor à primeira vista, a cumplicidade e o carinho entre nós foram imediatos e segue até hoje, crescendo mais a cada dia. 
Estar nesse momento foi muito significativo para mim, pois acompanhei a espera da Tatá por essa data e a dedicação da minha amada amiga e irmã de alma Tania e de toda sua família para tornar esse dia possível. 

Também quero falar sobre a Nossa Escola, esse lugar maravilhoso que conheci hoje. 
Sei que muitas pessoas são contra educação especial e acreditam que a única forma de inclusão é forçar o convívio de pessoas com deficiência com as com não deficiência. 
Bom, eu não sou contra e nem a favor, acredito que cada pessoa deve ser avaliada e daí então escolher o melhor caminho. Não existe fórmula mágica, não é só porque uma pessoa tem a mesma síndrome ou deficiência que a outra que uma experiência servirá para ambas. Eu já acreditava muito no ensino especial, vejo que em muitos momentos a melhor forma de incluir não é juntar e sim dar as mesmas oportunidades. 
O que eu vi nessa escola foram pessoas felizes, aprendendo de verdade, não apenas copiando. Vi profissionais interessados de corpo e alma em ensinar, respeitando cada limite, cada dificuldade. 
Espero e acredito no dia em que todas as pessoas com deficiência terão essa oportunidade de aprendizado.
A carinha que a Tatá fez quando me viu e seu choro emocionado quando viu sua mesa de aniversário e todos gritando seu nome, foram momentos impagáveis, que estarão guardados no meu coração eternamente. 

E por último, quero falar sobre as pessoas maravilhosas que eu conheci hoje. 
Muitas pessoas não entendem porquê as chamamos de "especiais" e algumas são até contra, eu entendo completamente e sou cada vez mais à favor. 
Nunca fui em uma festa tão animada, ninguém estava sentado ou emburrado, todos estava dançando e felizes por estarem lá e por saberem que uma colega estava completando mais um ano de vida. 
Tinha cerca de 40 jovens, cada um que entrou me abriu um lindo e sincero sorriso e a grande maioria me deu um beijo ou um aperto de mão. 
Eu vi pessoas felizes de verdade, sem vergonha nenhuma de sorrir alto, de gritar, de dançar, de abraçar, de beijar e demonstrar todo e qualquer sentimento. 
Quando alguém estava sem dançar, sempre tinha um para lembrar de chamar, o mesmo aconteceu quando tinha alguém sem comer ou tirar foto, a capacidade que eles têm de pensar no próximo é linda e impressionante. 
Não entendo porquê as pessoas excluem e escondem pessoas tão maravilhosas, no fundo, acho que é medo, as pessoas não entendem o que é diferente e não suportam que alguém seja feliz simplesmente por existir. Justo nós, tão "normais" que desejamos um mundo de coisas para alcançar a tão sonhada felicidade e quanto mais conseguimos menos a encontramos, como vamos entender alguém que precisa de tão pouco para viver feliz de verdade? 
Posso até passar por louca por pensar assim, mas para mim eles estão há anos luz na nossa frente, eles conseguem conviver com todos os defeitos, conseguem superar seus próprios limites e ajudam os outros à superarem os seus. Não vi ninguém discriminar cor, deficiência, classe social, somente pessoas que amam uns aos outros simplesmente por serem pessoas. 
Conheci um rapaz maravilhoso, risonho, extremaste feliz, a alegria dele era me apresentar todos os seus amigos, no final da festa ele me apresentou para os outros como sua amiga e me disse assim: "Tia, você é minha amiga né?" eu muito feliz respondi que sim e ele "Mas é para sempre né tia?, eu mais uma vez, já emocionada, afirmei e ele falou "então eu te amo, como amiga é lógico" e saiu gritando para os colegas que eu era a amiga dele. 
Isso me emocionou de uma forma inexplicável. Recebi um amor sincero, apenas por oferecer minha amizade. 

Por isso tudo que eu digo, eu finalmente CHOREI DE FELICIDADE, pois a emoção dentro daquele refeitório era tão grande, o amor era estampado em todos os rostos e principalmente, a alegria de todos era tão nítida que me fez chorar.

Gostaria de agradecer muito carinhosamente a Nossa Escola por me receber tão calorosamente e também à minha amiga Tania e seu marido Marcos por me deixarem fazer parte dessa história linda. Também quero parabenizar ambos pela linda e emocionante festa e é claro, dar mais uma vez os parabéns à minha amada aniversariante e também para seu lindo e amoroso irmão gêmeo Victor.

Talvez para muitos isso seja apenas bobagens, mas para mim que amo essa causa e estar cercada por pessoas tão maravilhosas, foi um momento que nada no mundo pagaria.
Espero que esse relato sirva para vocês refletirem sobre a vida. 
Como é fácil viver e ser feliz, basta tão pouco, porquê complicamos tanto? 
Vamos aprender amar mais, sorrir mais e ser feliz sem precisar de motivos, coisas ou pessoas.
Um grande beijo para todos!

Minha querida Tainá


sábado, 14 de abril de 2012

Nostalgia


Saudade…
Do que passou, do que virá, do que foi, do que será...
Do que existiu, do inexistente e do que nunca existirá...

Saudade…
Que alegra, que entristece, que aproxima, que afasta…
Que fere e que afaga...

Saudade…
De tudo, de nada, de todos, de mim e de ninguém…

Saudade…
Do que foi, do que fui, do que será e do que serei…
Nunca do que sou, nunca do que é…

Simplesmente saudade…
Complicadamente saudade… 

Depois de escrever esse texto sobre saudade, fiquei pensando sobre como o ser humano é descontente. 
A saudade é um sentimento que, em maior ou menor grau, assombra todos nós. 
Várias vezes nos deparamos tristes pensando em algo que passou, imaginando como
seria se tivéssemos agido de determinada forma e fazendo planos sobre o que virá. 
Por que é tão difícil focar no agora e se contentar com ele? 
As vezes nos preocupamos tanto em chorar nossas agonias, que simplesmente não enxergamos as coisas boas que estão acontecendo e quando nos damos conta já é tarde de mais....
O passado que tanto nos faz falta, já foi o presente um dia e estávamos igualmente descontentes com ele, desperdiçando-o esperando o futuro. 
Por isso, esqueçamos o ontem, guardemos o amanhã e nos concentremos no hoje…


domingo, 8 de abril de 2012

Feliz Páscoa!


Durante a semana santa, a hipocrisia é tanta que chega a ser engraçado. É tanto "não pode" que me sinto na Inquisição Espanhola. 

Na sexta-feira santa não pode beber nada alcóolico, não pode comer carne nem doces, também não pode rir e nem ser feliz. Mas fiquem tranqüilos, falar mal da vida alheia e desejar mal ao próximo está liberado e, é claro, gastar todo o dinheiro do mês em bacalhau para nao cometer nenhum pecado, afinal, as pessoas estão mais preocupadas com o que entra nas nossas bocas, do que com o que sai. 
Sábado de aleluia é dia de malhar Judas, oba!! Vamos exercitar todo o perdão que nos foi ensinado, julgando e condenando alguém que traiu uma vez e que foi perdoado pelo próprio traído, até porque ninguém nunca errou ou traiu na vida.

Finalmente chegou o tão esperado domingo, dia de entupir-se com o chocolate que você pagou o triplo que pagaria em outra ocasião. Gasto justificável, pois o chocolate, que nem existia na época de Cristo, tornou-se mais importante que o próprio. Isso para quem pode é claro, pois no momento milhares de crianças descobriram que não são especiais e boazinhas o suficiente para receber a visita do coelhinho. 
Domingo de Páscoa também é dia de perdoar, vamos esquecer todos os nossos desafetos e dar um abraço apertado em quem nos fez algum mal, mas não se preocupem, nao precisa ser verdadeiro e na segunda-feira você poderá falar mal e odiar novamente e, é claro, malhar no próximo sábado de aleluia!!!
...
Sei que meu texto foi um pouco ácido e radical, porém cada vez mais vejo a Páscoa tornando-se um comércio frio e longe do verdadeiro sentido. Parece mais uma data para dividir classes e estampar ainda mais as diferenças sociais da nossa sociedade. 
É claro que quem pode comprar o ovo, o bacalhau e o que bem entender, se sente vontade que compre, mas isso nao deveria ser uma regra e nem motivo de vergonha ou sacrifício. 
E o verdadeiro significado, que é amar e perdoar o próximo e acreditar na humanidade, independente de quantas pedras lhe são atiradas. 
Independente de qualquer religião, crença(ou falta delas), temos que reconhecer que homem, Deus ou revolucionário, Jesus morreu por amor ao próximo, por uma causa em que acreditava, soube perdoar e lutar por um ideal, qualquer misticismo, história e/ou religião que formou-se depois disso não é relevante, mas sim os ensinamentos que foram deixados, os quais devemos usar todos os dias de nossas vidas, nao apenas em 3. 
Um feliz final de Páscoa para todos!
Imagem mais significativa da minha Páscoa, minha afilhada ao ver o coelinho...

sexta-feira, 3 de fevereiro de 2012

História Viva

Há uns dia, em uma visita ao meu amado avô paterno, tive a ótima experiência de conversar com ele sobre seus tempos de mocidade. Desde esse dia fiquei refletindo sobre quão ricas podem ser as conversas com os nossos idosos e como damos pouco valore à eles. 
Sempre amei história, desde que entrei no primário é a minha matéria preferida, passei a vida enfiada em livros e pesquisando sobre o passado de vários países, sobre acontecimentos de décadas, centenas e até milhares de anos antes de eu nascer. 
O passado sempre me fascinou e nunca tinha me dado conta de que o passado sempre esteve no meu presente, representado pelos meus avós. 
Meu avô por exemplo, nasceu em 1922, já viveu quase um século inteiro e vivenciou o começo de dois séculos. Presenciou a Segunda Guerra Mundial, a Grande Depressão, o inicio e o fim da Guerra Fria e viu grandes potências mundiais entrarem e saírem do poder. 
No Brasil viu o fim da República Velha, viu nascer e morrer a República Nova e viu o surgimento da nossa Nova República; viu quase 30 presidentes tomarem posse e votou na maioria dessas eleições; perdeu amigos na ditadura militar e vibrou de felicidade ao ver seu fim; e estava com a televisão ligada quando nossa capital foi criada. Inclusive, é até mais antigo que a própria televisão, viu surgir seu primeiro modelo e hoje tem a chance de ver um filme em um televisão 3D. Viu surgir os primeiros modelos de carros populares, usou modelos de telefones dos mais arcaicos e hoje pode fazer ligações em um celular de última geração. Viu surgir os primeiros computadores e a criação da internet, embora não dê a mínima bola para isso. Além disso e de várias coisas maravilhosas, as quais eu poderia passar horas citando, foi um dos milhares de nordestinos que deixaram suas terras e famílias em busca de condições melhores em São Paulo e que, com força e coragem, venceram e hoje fazem parte da história e da mista cultura Paulista. Como diz a música do nosso Rei do Baião, Luiz Gonzaga, a qual é a cara da história do meu avô, do meu pai e de tantos outros brasileiro que nos dão orgulho: "Só trazia a coragem e a cara, viajando num pau-de-arara, eu penei, mas aqui cheguei...". 
O que eu quero dizer com tudo isso, é que já está mais do que na hora de revermos a forma como tratamos nossos idosos e dar à eles o valor que merecem. 
Não estou dizendo que a velhice isenta a pessoa de tudo de ruim que fez durante a vida, porém devemos respeitar os anos que eles trazem nos olhos, na mente e no coração e valorizar e aprender com eles. 
Temos a mania de tratar os idosos como crianças, que não têm vontade própria e que só falam sandices. Sabemos que algumas doenças e problemas trazidos pela idade, afetam a memória e o juízo dos mais velhos, porém, além de não acontecer com todos, isso não faz com que suas vivências sejam apagadas e compartilhar com eles é faze-los viver, relembrar e reativar suas memórias. Eu mesma, conversei várias vezes com a minha avó materna sobre sua infância, nos tempos do bonde no Brás e sobre a vinda dos seus avós italianos pra o Brasil, sem nem me dar contar de estar enriquecendo meu conhecimento muito mais do que se eu tivesse lido vários livros. 
De vez em quando é ótimo trocar os livros, a internet e a televisão por algumas horinhas de conversa com nossos avós ou idosos do nosso convívio e até uma visitinha à um asilo, faz muito bem para eles, mas  principalmente para nós. 
Muitas vezes ficamos chocados ao nos depararmos com idosos abandonados em asilos e com noticias de maus-tratos que vemos na mídia por aí. Mas será que aparecer de vez em quando para uma visita não é tão cruel quanto deixá-los jogados em um asilo? Será que ignorar suas histórias e não tirar alguns minutos para ouvi-los, não é maltratar toda sua vivência e luta? Para mim é a mesma coisa! Pena eu ter percebido isso só agora e ter perdido boas conversar com os meus avós. 
Precisamos dar mais valor à nossa história, à nossa cultura, ao nosso país e principalmente aos nossos idosos, que são a história viva, pronta para ser contata, para quem está disposto a ouvir e por quem realmente a viveu. 

"A juventude é a época de se estudar a sabedoria; a velhice é a época de a praticar." Jean Jacques Rousseau

sexta-feira, 27 de janeiro de 2012

Viver e Estar Vivo...

Eu estava voltando para casa uma noite dessas, depois de um longo e cansativo dia, o qual não tinha sido nada fácil. Eu só queria chegar em casa e dormir, para finalmente aquele dia acabar. Foi então que abri a janela do carro para me refrescar e senti o vento batendo no meu rosto, quase como um carinho para me acalmar e as luzes dos carros no escuro pareciam um espetáculo de circo para me entreter. Cada pequena coisa no caminho era como uma resposta da vida, que dizia "Ei, quem disse que seu dia não foi lindo?!". Quando cheguei em casa olhei para o céu coberto de estrelas e senti que o meu "presente dos céus" estava completo. Cada noite que olho para o céu e vejo uma única estrela que seja, sinto que tem alguém me dizendo "Parabéns, você conseguiu mais um dia! Esse é o meu presente,  para você ver como viver é maravilhoso...". E não importa quão ruim foi meu dia, a partir desse momento, ele passa a ser lindo. E quando o céu não me presenteia com nenhuma estrela, não entendo como um castigo, mas sim como um incentivo: "Tenha um lindo dia amanhã e não esqueça de olhar o céu em busca de novas estrelas!". É como se fosse uma meta para o dia seguinte. 

Acho que viver é isso, ver e sentir a beleza nas pequenas coisas. Não há mal grande o bastante para não ser vencido; não há dor que não possa, ao menos, ser amenizada e não há sofrimento que não acabe. Não existe bem e mal, tudo na vida tem dois lados: o bom e o ruim. O que nos basta é escolher à qual dele daremos mais importância, essa é a diferença de estar vivo e VIVER!!




Não questione o mundo sobre o que ele te dá. Pergunte a si mesmo o que você tem dado ao mundo...



domingo, 8 de janeiro de 2012

Como Nasce um Paradigma

Antes de falar sobre o assunto, eu gostaria que vocês lessem esse texto, atribuído à Albert Einstein,  que eu retirei do livro "Sociologia para Jovens do Século XXI"

"Um grupo de cientistas colocou cinco macacos numa jaula. No meio da jaula puseram uma escada e, sobre ela, um cacho de bananas.

Quando algum macaco subia a escada para apanhar as bananas, os cientistas lançavam um jato de água fria nos que estavam no chão.
Depois de certo tempo, quando um macaco ia subir a escada, os outros enchiam-no de pancadas.

Passado mais algum tempo, nenhum macaco subia mais a escada, apesar da tentação das bananas.

Então, os cientistas substituíram um dos cinco macacos.

A primeira coisa que o macaco novato fez foi subir a escada, de onde foi rapidamente retirado pelos outros, que o surraram.

Depois de algumas surras, o novo integrante do grupo não mais subia a escada.

Um segundo foi substituído, e o mesmo ocorreu, tendo o primeiro substituto participado, com entusiasmo, da surra ao novato.

Um terceiro macaco foi trocado, e repetiu-se o fato. Um quarto e, finalmente, o último dos veteranos foi substituído.

Os cientistas ficaram, então, com um grupo de cinco macacos que, mesmo nunca tendo tomado um banho frio, continuavam batendo naquele que tentasse chegar às bananas.

Se fosse possível perguntar a algum deles porque batiam em quem tentasse subir a escada, com certeza a resposta seria:
'Não sei, as coisas sempre foram assim por aqui...'”


Lendo isso, eu só pude pensar que somos macacos de laboratório de uma sociedade que vem sendo moldada há séculos. Já nascemos sabendo como devemos agir até o momento de nossa morte, "batemos" em muitos outros "macacos", cujos atos aprendemos à condenar, muitas vezes sem mesmo saber porquê. Somos obrigados a seguir um modelo que em algum momento, foi imposto por alguém como sendo certo e que foi seguido daí em diante. Desde pequenos já sabemos em que/quem acreditar, o que podemos ou não falar, como devemos agir, quem devemos amar, o que ou quem devemos condenar, qual o exemplo de família devemos ter e etc. E vamos aceitando e vivendo assim pois o conformismo, é uma das características mais presentes na raça humana. Em um mundo moldado e conformado, é difícil ser o dissidente, o "do contra". Ir contra regras e costumes estabelecidos há anos é praticamente loucura, por sorte tivemos "loucos" que "nadaram contra a maré" e mudaram conceitos e estruturas, os quais as pessoas acreditavam ser os corretos e/ou os únicos aceitáveis. Graças aos "loucos", eu posso votar, estudar, trabalhar, posso escolher qual e quantos deuses seguir(entre aspas né?! Porém isso é tema para outro post rsrsrs) e entre outras coisas, posso escrever esse blog. Muitas vezes precisamos ser "loucos" e não seguir algo porquê fomos ensinados assim, ou porquê os outros seguem. Não entendo como tantos absurdos ainda são vistos como naturais na nossa sociedade atual, como eu disse antes, o conformismo é uma das características mais presentes no ser humano e também uma das mais tristes. Prefiro ser "a louca" do que viver de uma maneira em que não acredito. Grandes mudanças começam com um único passo, por isso, acredito que quando alguém não concorda com um sistema deve lutar para mudá-lo, mesmo que não obtenha resultados. É muito mais louvável perder a luta, do que viver sem lutar. 
Deixo para vocês dois vídeos de comercias que servem como uma ótima forma de reflexão sobre tudo o que falei.


Como sabiamente disse Einstein, "Triste época! É mais fácil desintegrar um átomo do que um preconceito."

quarta-feira, 4 de janeiro de 2012

O Fim do Mundo

Muito se fala sobre o "fim do mundo", que supostamente acabará no final desse ano. Para mim isso não passa de um erro de interpretação, a profecia Maia (a mais usada para justificar o "fim do mundo") fala somente sobre o fim de um ciclo e isso não significa o fim do mundo, apenas o fim de uma era, de uma fase. O mundo está em constante mudança, de idéias, pensamentos, atitudes, clima, fatos, personagens, potências… Ou seja, é o fim de um mundo que conhecemos para um novo, então metaforicamente podemos chamar de "fim do mundo". Se pararmos para refletir, o mundo está sempre acabando, estamos constantemente encerrando ciclos, sejam eles pessoais ou em massa. É só lembrar de como eram as coisas há dez anos atrás, alguma coisa continua sendo igual? O mundo é o mesmo? Não! Portanto, foi o fim daquele mundo para nós. Na nossa vida também é assim, espontaneamente ou forçados, estamos sempre renovando e encerrando nossos ciclos, isso faz parte do nosso crescimento. Algumas vezes nem notamos, mas em outras é tão dolorido que parece que realmente é o fim do mundo para nós, mas logo um outro mundo lindo e cheio de novas oportunidade ressurge e, por mais que as vezes lembremos com saudades do mundo que ficou para trás, conseguimos entender que a melhor forma de viver é seguindo em frente. Portanto, já que sabemos que o mundo vai "acabar", que façamos de tudo para que seja para a melhor, com nossas atitudes para com o próximo e com o planeta. Espero que esse "novo mundo" seja um mundo mais humano, sem preconceitos, intolerância, mais justo para todos e principalmente, que todos saibam lidar com as diferenças. Parece tudo muito utópico, mas acredito nessas mudanças, só depende de nós mesmos e das nossas atitudes. Se ficarmos esperando que o mundo acabe, sem fazer nada para que ele melhore, o mundo será cada vez mais "terra de ninguém", onde cada um faz o que quer sem se preocupar com o próximo, aí sim o mundo acabará mesmo, pois ninguém mais conseguirá viver nele. Quanto aos ciclos pessoais, não lamente quando algo em sua vida encerrar-se, se acabou é porquê é o fim, sem querer ser redundante. Por mais que a dor pareça ser insuportável, ela sempre vai parar, nada acontece e nem termina por acaso. Entenda-se como sendo um árvore, as pessoas e coisas em sua volta como os frutos e a vida como o vento: Quando o vento derruba um fruto da árvore, ou está maduro, ou está podre. Em ambos os casos, a árvore já não precisava mais dos frutos. Na nossa vida também é assim, se algo/alguém nos é tirado, é porquê já cumprimos nosso destino com aquela coisa/pessoa ou porque não era bom para estar em nossas vidas.  
Que voce saiba encerrar seus ciclos com toda a sabedoria possível, beijos e até a próxima!