Há uns dia, em uma visita ao meu amado avô paterno, tive a ótima experiência de conversar com ele sobre seus tempos de mocidade. Desde esse dia fiquei refletindo sobre quão ricas podem ser as conversas com os nossos idosos e como damos pouco valore à eles.
Sempre amei história, desde que entrei no primário é a minha matéria preferida, passei a vida enfiada em livros e pesquisando sobre o passado de vários países, sobre acontecimentos de décadas, centenas e até milhares de anos antes de eu nascer.
O passado sempre me fascinou e nunca tinha me dado conta de que o passado sempre esteve no meu presente, representado pelos meus avós.
Meu avô por exemplo, nasceu em 1922, já viveu quase um século inteiro e vivenciou o começo de dois séculos. Presenciou a Segunda Guerra Mundial, a Grande Depressão, o inicio e o fim da Guerra Fria e viu grandes potências mundiais entrarem e saírem do poder.
No Brasil viu o fim da República Velha, viu nascer e morrer a República Nova e viu o surgimento da nossa Nova República; viu quase 30 presidentes tomarem posse e votou na maioria dessas eleições; perdeu amigos na ditadura militar e vibrou de felicidade ao ver seu fim; e estava com a televisão ligada quando nossa capital foi criada. Inclusive, é até mais antigo que a própria televisão, viu surgir seu primeiro modelo e hoje tem a chance de ver um filme em um televisão 3D. Viu surgir os primeiros modelos de carros populares, usou modelos de telefones dos mais arcaicos e hoje pode fazer ligações em um celular de última geração. Viu surgir os primeiros computadores e a criação da internet, embora não dê a mínima bola para isso. Além disso e de várias coisas maravilhosas, as quais eu poderia passar horas citando, foi um dos milhares de nordestinos que deixaram suas terras e famílias em busca de condições melhores em São Paulo e que, com força e coragem, venceram e hoje fazem parte da história e da mista cultura Paulista. Como diz a música do nosso Rei do Baião, Luiz Gonzaga, a qual é a cara da história do meu avô, do meu pai e de tantos outros brasileiro que nos dão orgulho: "Só trazia a coragem e a cara, viajando num pau-de-arara, eu penei, mas aqui cheguei...".
O que eu quero dizer com tudo isso, é que já está mais do que na hora de revermos a forma como tratamos nossos idosos e dar à eles o valor que merecem.
Não estou dizendo que a velhice isenta a pessoa de tudo de ruim que fez durante a vida, porém devemos respeitar os anos que eles trazem nos olhos, na mente e no coração e valorizar e aprender com eles.
Temos a mania de tratar os idosos como crianças, que não têm vontade própria e que só falam sandices. Sabemos que algumas doenças e problemas trazidos pela idade, afetam a memória e o juízo dos mais velhos, porém, além de não acontecer com todos, isso não faz com que suas vivências sejam apagadas e compartilhar com eles é faze-los viver, relembrar e reativar suas memórias. Eu mesma, conversei várias vezes com a minha avó materna sobre sua infância, nos tempos do bonde no Brás e sobre a vinda dos seus avós italianos pra o Brasil, sem nem me dar contar de estar enriquecendo meu conhecimento muito mais do que se eu tivesse lido vários livros.
De vez em quando é ótimo trocar os livros, a internet e a televisão por algumas horinhas de conversa com nossos avós ou idosos do nosso convívio e até uma visitinha à um asilo, faz muito bem para eles, mas principalmente para nós.
Muitas vezes ficamos chocados ao nos depararmos com idosos abandonados em asilos e com noticias de maus-tratos que vemos na mídia por aí. Mas será que aparecer de vez em quando para uma visita não é tão cruel quanto deixá-los jogados em um asilo? Será que ignorar suas histórias e não tirar alguns minutos para ouvi-los, não é maltratar toda sua vivência e luta? Para mim é a mesma coisa! Pena eu ter percebido isso só agora e ter perdido boas conversar com os meus avós.
Precisamos dar mais valor à nossa história, à nossa cultura, ao nosso país e principalmente aos nossos idosos, que são a história viva, pronta para ser contata, para quem está disposto a ouvir e por quem realmente a viveu.
Nossa que Lindoooo Flá
ResponderExcluiraté me emocionei,porque não tive
chance de conhecer nenhum dos meus avós e avôs,e sei que temos que dar muito carinho e atenção a eles
achei lindoooo
Parabéns
beijo grande
Danny
aiiii que lindooo Flavia...confesso que me segurei para não ir as lágrimas tenho minha avó materna em estágio de Alzheimer avançado..é tãooo triste..tanta sabedoria..uma mulher batalhadora que se calou para sempre com essa triste doença..quem tiver seus avós..mães..pais idosos aproveitem o máximo que puder temos tanto a aprender ainda com eles...
ResponderExcluirah! choro de emoção ao lembrar meu avô amado que me ensinou as letras, o cordel lia pra mim e contava lindas histórias, saudades demaisssssssssssss.
ResponderExcluirLindo texto!
Obrigada danny, é uma grande riqueza mesmo, quem tem a chance de conviver com os seus avôs e quem tem essa chance deve abraça-la. Convivo com os meus 2 avôs paternos e minha avó materna, meu avô materno não conheci e mesmo tendo os 3 comigo, fico pensando como seria enriquecedor ter conhecido o sr. Francisco Garcia rsrsrs, imagino que deve ser difícil mesmo não conhecer nenhum. Mas temos muitos asilos para adotarmos vovôs e vovós, é uma experiência linda, recomendo viu?! Beijos para você e para a isa
ResponderExcluirMirian, entendo o que você sente, minha avô materna(a da foto) também está com alzheimer, realmente é uma doença muito triste, parece que tira a alma da pessoa... Realmente, devemos aproveita-los ao máximo!
ResponderExcluirPaula, imagino que maravilha deve ter sido a convivência de vocês! é uma honra saber que uma poetisa gostou do meu texto rs, beijinhos pra você e para a alice
ResponderExcluirFlávia vc é uma pessoa especial que tem o coração enorme
ResponderExcluirpor isso que te adoro tanto,obrigada por fazer parte da minha vida e da minha pequena viu,com certeza já fui em um asilo visitar,acho lindo os vovô e vovós,eles realmente merecem nosso respeito,carinho e atenção,porque são pessoas especiais e devemos aprender muito com eles
beijo grande no seu coração grande
te adoramos mega
Danny e Isabelly
Flá, conheci somente minha avó materna, os meu avó paterno morreu na antiga União soviética e minha avó paterna veio para o Brasil e logo foi embora com minha tia mais velha para os EUA eu só a conheci por fotos.
ResponderExcluirSentia uma inveja daquelas crianças que tinham a casa dos avós para passar as férias.
Incrivel Flavinha como você tem a capacidade de tirar um aprendizado de tudo.Uma vez li que passamos a vida toda tentando aprender e quando sabemos tanto ninguém quer nos ouvir.É muito isso mesmo.Só tenho uma avó paterna a qual não tenho muito contato.Lembro muito da minha infancia que meus avós estavam sempre por perto.
ResponderExcluirKatia ,mãe da Laura